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terça-feira, outubro 18, 2011

MARIA “CARAJÁS”: SÍMBOLO DE LUTA EM PROL DE SEU SEMELHANTE.

Esta é a nossa personagem homenageada Maria

Uma história que nunca foi contada.

Maria Alcântara nasceu em Itapetinga, estado da Bahia no ano de 1951, tendo como pai, Benedito José de Alcântara, sua mãe chamava-se Ricardina Rosa de Jesus, que tiveram mais sete filhos todos do sexo masculino. Como filha de agricultores, cultivou também o amor pela agricultura casando-se também com um agricultor de nome Milton Pereira Nunes, tendo com o mesmo um casal de filhos.

Maria e seu esposo, para garantirem a sua sobrevivência foram trabalhar na propriedade rural do Fazendeiro Alfredo Manoel Fernandes. Não demorou muito, o casal foi convencido por seu patrão e transferir para uma de suas fazendas do estado do Pará, conhecida como “Fazenda Carajás” no ano de 1986, cujo acesso da mesma é a estrada que liga o município de Parauapebas a fazenda Rio Branco. Naquela época, Parauapebas ainda pertencia ao município de Marabá.

O fazendeiro Alfredo Manoel Fernandes, também era um dos membros do “Grupo Paragominas”. A extensão de terra da “fazenda Carajás” era de 1300 alqueires, sendo que somente 300 alqueires eram tituladas. Situação que levou o INCRA e o INTERPA a desapropriar toda a propriedade do fazendeiro para cumprir com o programa de reforma agrária em benefício dos “Sem Terra” que a época já reivindicavam a área.

Em 2002, começou a entrega dos lotes aos “Sem Terra”, a partir desse momento uma injustiça foi cometida contra Maria Alcântara, que passou a ser chamada de "Maria Carajás" pela ligação que tinha com a fazenda onde trabalhava, seu esposo e seus dois filhos.

Depois de trabalharem 18 anos na área de desapropriação sem ter salários e sem nenhuma assistência médica dada pelo seu patrão, que inclusive não cumpriu a promessa de ter lhe entregue uma área de terra como parte do acordo para deixar a sua terra natal para trabalhar com ele na sua fazenda, foi expulsa da sede da fazenda pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais, pelo INCRA e pelos “Sem Terra”, sem ao menos respeitarem o estado físico do esposo da Maria que naquele mesmo ano havia amputado uma de suas pernas e não tinham para onde ir.

Começa agora a grande batalha solitária da baiana guerreira para adquirir seus direitos que não estavam sendo respeitados por quem deveriam preservá-los. Seu esposo com a perna amputada precisando de assistência constante, seus dois filhos menores que também precisavam de sua atenção e assistência, só lhe restava apelar pela misericórdia de Deus.

Mas ela não se entregou, lutou bravamente contra os “poderosos” (INCRA, Sindicato dos Trabalhadores de Parauapebas, “Sem Terra” e um dos filhos do seu ex-patrão covarde, falso e traidor).

Para fugir da responsabilidade de pagar a indenização de seus direitos trabalhistas de 18 anos de serviços prestados em sua fazenda, seu ex-patrão Alfredo Manoel Fernandes, transferiu de forma fraudulenta o seu domicílio residencial para o município de Redenção, para fazer com que as autoridades que acompanhavam o desenrolar do imbróglio criado pelos irresponsáveis “Sem Terra”, INCRA, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parauapebas e seu ex-patrão, desacreditassem da idoneidade da única vítima da safadeza e covardia dessa corja de bandidos travestidos de instituições e pessoas honestas, que era a Maria Alcântara sendo que nos seus 18 anos de fixação de residência no município de Parauapebas, nunca havia pisado naquele município.

Essa heroína anônima e guerreira solitária, ainda tinha que conviver com as constantes ameaças de morte dos seus algozes contumazes, como também tinha que comparecer constantemente a presença do delegado de Polícia para responder acusações mentirosas que eram feitas contra ela.

Os “Sem Terra” inclusive chegaram a tocar fogo no pasto com as poucas criações que a família tinha para garantir-lhe seu sustento, como Maria não se intimidara com essa ação criminosa, resolveram então, colocar o resto das criações para fora do pequeno pasto e com arma de fogo em punho, um dos “Sem Terra” ameaçou mãe e filho de morte.

Nesse momento foi que Maria percebeu o perigo iminente que ela e os demais membros de sua família estavam correndo, procurou o delegado de Polícia e fez a denúncia das constantes ameaças de morte que estava sofrendo por grupos dos “Sem Terra”, ato contínuo, o delegado designou agentes policiais para apurar os fatos relatados pela denunciante em sua propriedade.

Só a partir desse momento foi que a autoridade policial descobriu que tudo o que estava acontecendo com Maria Carajás, não passava de armação dos “Sem Terra”, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e demais indivíduos inescrupulosos, que usando de calúnia, difamação e injúrias, tentavam denegrir a imagem daquela agricultora que simplesmente desejava ter o seu pedacinho de terra para trabalhar e produzir alimentos para o seu sustento e de sua família.

Após se sentir segura juntamente com sua família, depois que a autoridade policial tomou as devidas providências para garantir a segurança de Maria e de seus familiares, ela resolveu procurar o INCRA em Brasília, lá chegando passou a relatar tudo o que estava acontecendo com ela e seus familiares, inclusive apresentando todos os documentos de registros de trabalhadores da fazenda, livro-caixa onde era registrado o movimento financeiro da mesma.

As autoridades do INCRA em Brasília convencidas da honestidade e transparência, garantiram-lhe o mesmo direito dos “Sem Terra” a ter seu pedaço de terra como questão de justiça por tudo o que já havia passado.

Ao retornar de Brasília, fundou uma associação com os antigos trabalhadores da fazenda Carajás, a ASTRACA – “Associação dos Trabalhadores Rurais da Carajás”, através desta associação Maria conseguiu através do INCRA a liberação de 23 lotes de terra cada um medindo 7 alqueires, e na sua atitude nobre distribuiu 20 dos lotes, a 20 famílias.

Graças ao seu espírito de luta, não só por ela, mas também pelo seu próximo, hoje ela é proprietária de uma pequena propriedade rural de onde ela tira seu sustento da terra e reparte com quem não tem.

Seu esposo já não está com ela, já se foi para a eternidade, seus filhos hoje adultos e donos de suas próprias vidas. Ana Meire é professora da rede de ensino municipal e estadual, formada em Pedagogia, seu filho conhecido por “Bira” herdou a vocação dos pais, trabalha e tira seu sustento e de sua família de sua pequena propriedade rural.

Sempre rodeada pelos seus filhos, amigos e seus quatro netos, esbanja sua alegria e felicidade por se sentir útil aos seus semelhantes.

Essa grande heroína e guerreira valente, que não recua diante de seus objetivos e ideais, MARIA CARAJÁS, merece deste blog essa simples e singela homenagem.

Parabéns pela sua história e pelo seu espírito de luta Maria!

3 comentários:

Ronaldo Francisco Ribeiro disse...

Boa noite jornalista Valter!

Quero lhe parabenizar pela qualidade do seu blog.Realmente seu blog faz a diferença dentre os inúmeros que existem na internet.Sou seu fã e estou sempre acessessando o mesmo para ver as novidades que você posta para nosso conhecimento. Você além de ser um jornalista audacioso e corajoso,também é um profissional sensível as causas sociais e sabe valorizar as pessoas que estão sempre procurando fazer o bem ao seu próximo. Você é um verdadeiro caçador de talentos e descobridor de valores como a D. Maria "Carajás", que tem uma história de vida linda e de renúncia e de luta na defesa de seus direitos como também de benefícios aos seus semelhantes. A história dessa mulher guerreira me emocionou muito e tenho certeza que emocionou muitas pessoas que teve acesso ao seu relato sobre a sua luta contra os "poderosos" e covardes que tentaram sufocá-la na base da covardia, das ameaças e da intimidação.Esta senhora merece todas as homenagens e honrarias recebidas ou oferecidas a pessoas que não fizeram em toda suas vidas um terço do que ela fez e realizou em prol dos seu próximo. Porque mesmo depois dela ter sido injustiçada pelos órgãos públicos e por entidades da classe dos agricultores e do "Movimento dos Sem Terra", ela não se beneficiou sosinha da liberação dos 23 lotes de terra que lhe fôra liberado pelo INCRA, declinou de 20 lotes para 20 famílias. O exemplo de vida dessa senhora, deve ser seguido e imitado por muita gente, principalmente a maioria dos politicos brasileiros que só pensam neles.São pessoas como D. Maria que deveriam está nos representando nos setores públicos do nosso país. Quero encerrar esse meu comentário senhor jornalista, lhe agradecendo mais uma vez por me proporcionar a oportunidade de através de seu blog conhecer pessoas com histórias de vida tão linda como a dessa senhora.

Ronaldo Francisco da Silva. Ribeirão Prêto - São Paulo.

Marivalda Santos disse...

Conheço a Maria Carajás a muitos anos, e parte da história que o jornalista publicou dela no blog sei que é a pura verdade, tem partes que ele relata que não é do meu conhecimento, mas acredito em tudo que está escrito sobre o que ela enfrentou. Ela continua sendo uma pessoa boa e amiga de todo mundo que chega na sua propriedade conquistada com muita luta e muito suor na estrada que vai prá fazenda rio branco. Ninguém que chega na casa dela com fome sai sem comer, se precisar de dormida ela também dá sem medir nenhum esforço. Ela vive para fazer o bem para o seu próximo sem nenhum interesse. Já estava no tempo de alguém como o jornalista Valter fazer essa merecida e justa homenagem a ela tornando público através do seu blog um pouco da sua história de vida, por tudo que ela representa não só para seus companheiros agricultores, como para seus familiares, mas também para a sociedade. Ela merece muito mais até do que essa homenagem. Ela é uma verdadeira "Samaritana" que está sempre procurando dividir o seu pão com quem precisa. Fiquei muito feliz em ler essa sua história aqui nesse blog. Parebéns senhor jornalista por essa bela iniciativa!

Marivalda Santos Silva - Moradora no bairro Maranhão, Parauapebas.

Francilene Marques disse...

Não conheço essa senhora apesar de morar em Parauapebas a desde quando pertencia a Marabá, mas me emocionei muito com a história dessa mulher guerreira e dígna do reconhecimento de todos nós. Seria bom que no mundo houvesse muitas "Marias Carajás", com certeza muita gente seria beneficiada com ações de pessoas tão dígna como a da D. Maria. É o que o mundo está carente e precisando é de pessoas boas como essa senhora. Que Deus continue abençoando sempre essa guerreira e que nosso políticos brasileiros se mirem no espelho dessa agricultora brasileira que tanto enaltece e dignifica o nosso Brasil.

Parabéns D. "Maria Carajás"! Você é uma grande heroína.

Francilene Marques da Silva. Bairro União - Parauapebas - Pará.

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