por Arnaldo Jabor
A passeata no Rio vai além da luta pelos royalties do petróleo. Foi uma reação da cidade desfigurada há décadas.
O poder central ignora o Rio como se fosse uma bela lembrança do passado.
O Estado também sofre com esta ameaça, mas me detenho no Rio. Não é mais possível suportarmos esta morte progressiva.
Primeiro foi a mudança da capital por um delírio onipotente de JK, que criou a ilha da fantasia corrupta e cercada de miséria, que já nos custou trilhões.
Depois o Geisel acabou com o estado da Guanabara com um peteleco.
Eu sou carioca e vi a cidade e o estado dominados pela cáfila mais incompetente de governadores e prefeitos da história.
Eu vi a violência ocupando os morros, eu vi as indústrias fugindo, eu vi o progressivo desalento de uma cidade sem economia, virando um mercado persa de camelôs ou uma praça de guerra miserável.
Até que aconteceu a escolha das Olimpíadas e voltou a esperança! O Rio ganhou um projeto.
Aí, vem a emenda do Ibsen que simplesmente extingue nosso futuro.
Se esta emenda passar no Senado é melhor cancelarmos as Olimpíadas.
A passeata tem de continuar como um movimento constante da consciência carioca.
O poder canta em Brasília: “cidade maravilhosa” ou “Rio de Janeiro, gosto de você”. Aqui ó!
Nenhum comentário:
Postar um comentário