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terça-feira, janeiro 20, 2009

Igreja Renascer fez reforma irregular em templo onde teto desabou


A Igreja Renascer em Cristo fez em 2008 uma reforma irregular no telhado do templo que desabou na noite de domingo no Cambuci (centro de SP). Nove mulheres morreram e 124 pessoas ficaram feridas.
Entre agosto e novembro, todas as 1.600 telhas do templo foram substituídas. O bispo Geraldo Tenuta Filho, presidente da Renascer, confirmou a informação ontem, após a Defesa Civil apontar que foram localizados materiais novos nos destroços --telhas e peças de ar-condicionado. Anteontem, Tenuta havia dito que a última reforma do prédio foi há três anos e que no ano passado houve só uma pintura da fachada.
Veja a cobertura completa sobre o desabamento na Renascer
A troca do telhado não foi informada à prefeitura, como exige a legislação municipal, segundo o secretário da Habitação, Orlando Almeida Filho.
Não se pode afirmar, porém, se a reforma é a origem do acidente. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso.
Desabamento do teto da Renascer causa mortes e deixa feridos em São Paulo; acidente ocorreu durante intervalo entre cultos
O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Orlando Rodrigues de Camargo Filho, levantou a hipótese de sobrecarga de peso na estrutura de madeira que sustenta o telhado, com a instalação, por exemplo, de aparelhos e tubulações de ar-condicionado e câmeras de TV. Ele disse ter trabalhado em outro caso de desabamento do telhado de uma igreja causado exatamente por esse motivo.
"Normalmente eles colocam um forro de gesso, que pesa, colocam ar-condicionado, tubulações e a própria telha."
Daniel dos Anjos, dono da Etersul, contratada pela Renascer para trocar as telhas, disse que não houve sobrecarga de peso no telhado pois as novas telhas são idênticas às antigas. Segundo ele, havia goteiras e telhas remendadas.
O prédio já teve problemas no telhado em 1999. Segundo a prefeitura, o alvará de funcionamento como igreja só foi emitido em 2000 após o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) atestar a segurança da estrutura do telhado.
O templo também não tinha laudo dos Bombeiros, diz o coronel Manuel Antonio da Silva Araújo. O último foi feito em 2003 e precisaria ser renovado a cada dois anos. O laudo atesta a segurança do prédio em relação a rotas de fuga e equipamentos de combate a incêndio.
O Ministério Público Estadual vai analisar os documentos usados pela igreja para obter o alvará, inclusive o laudo do engenheiro que atestou a segurança da obra. O Crea-SP (conselho regional de engenharia) também apura a responsabilidade técnica pelo acidente.
Para o promotor Ricardo Andreucci (Criminal), a tragédia poderia ter sido evitada se a prefeitura tivesse feito uma rigorosa vistoria no prédio antes de liberar seu funcionamento --o alvará, válido por um ano, foi renovado em julho de 2008.
O secretário de Habitação disse que não foi feita vistoria e que a prefeitura confiou no laudo técnico. No fim da tarde, a secretaria mudou a versão e informou que foi, sim, feita uma vistoria. A Folha pediu, mas não teve acesso ao processo.
O presidente do Instituto de Engenharia, Edemar de Souza Amorim, disse que trocar uma telha por outra do mesmo peso não traz problemas se não houver mudança na estrutura. "Aposto dez contra um que é um problema de manutenção, falta de o proprietário contratar engenheiro para fazer uma vistoria regular."
Outro lado
A Igreja Renascer em Cristo informou ontem que a documentação do imóvel no Cambuci, onde funciona a sede mundial da entidade, estava "absolutamente legalizada".
"A Renascer em Cristo sabe da responsabilidade e importância da manutenção dos locais de culto, onde se reúnem milhares de fiéis, entre eles idosos e crianças. A manutenção preventiva, inclusive, sempre foi uma preocupação constante. Não se sabe o que ocorreu, e apenas uma investigação séria e rigorosa poderá fornecer a resposta", informou ontem a igreja por meio de nota.
Sobre a reforma do telhado que precisaria ter sido informada à prefeitura, a igreja respondeu apenas que foi uma manutenção necessária. O templo não chegou a ser fechado.
"Em 2008 a empresa Etersul foi contratada para realizar toda a troca de telhas, e cuidando de todos os aspectos relacionados a esse trabalho, parte burocrática e administrativa, incluindo sua regulamentação. Essa obra da Etersul durou 70 dias", informou a igreja.
A empresa informou que foi contratada apenas para trocar as telhas do prédio.
A Renascer defende que a estrutura do prédio era adequada, pois em 1999 o IPT emitiu laudo em que atesta a qualidade da reforma feita no telhado.
"A última grande reforma no telhado [...] ocorreu em 1999. Todas as precauções foram tomadas para que o trabalho não apresentasse qualquer falha: uma equipe de engenheiros de primeira linha fez o projeto e cuidou da obra, sob a supervisão do internacionalmente reconhecido IPT."
O IPT confirmou que fez o laudo, concluído em 2000, com um conjunto de recomendações a serem seguidas para a manutenção da segurança do prédio. Desde então, não teve mais acesso ao templo.Sobre os relatos de que parte do teto caiu na semana passada, para a igreja é "uma afirmação que beira o absurdo". "Para se ter uma ideia, os netos do apóstolo Estevam e da bispa Sônia [Hernandes, fundadores da igreja] estariam no culto neste domingo. Os filhos do bispo Gê [Geraldo Tenuta Filho], bispo primaz e presidente da igreja, estavam no culto. Ninguém faria isso de sã consciência, se soubesse que havia riscos."A igreja pediu que "não sejam levantadas teses absurdas" e que "especulações são inadmissíveis nesse momento".

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