A Polícia Federal pediu pela terceira vez em quatro meses a prisão do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity investigado na Operação Satiagraha.
O pedido é assinado pelo delegado Ricardo Saadi, que preside o inquérito contra o banqueiro e chefia a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros em São Paulo.
O delegado justifica o pedido alegando que Dantas continuou a praticar os crimes pelos quais é acusado: gestão fraudulenta do Banco Opportunity, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O artigo 312 do Código de Processo Penal prevê esse tipo de prisão. Diz o artigo: "A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria".
O pedido deve ser analisado na próxima semana pelo juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. O juiz viajou a Mônaco nesta semana para participar do encontro regional do Gafi (Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro).
O advogado de Dantas, Nélio Machado, diz que o terceiro pedido de prisão contra Daniel Dantas no âmbito da Operação Satiagraha "é absurdo".
"Isso representa uma retaliação não do juiz, mas da autoridade policial. É fácil usar frases ecumênicas de valor universal, como essa da prática reiterada de crimes, para tentar justificar a prisão. Mas que crimes? Meu cliente nunca foi condenado." Machado diz que, por essas razões, não consegue levar a sério o pedido.
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