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segunda-feira, junho 16, 2008

SEGURANÇA PÚBLICA EXPÕE AS FERIDAS.

No Pará
Controlar a ação dos criminosos é uma tarefa cada vez mais difícil para o Estado
Segurança pública. O complexo sistema que cuida da integridade física do cidadão paraense mostra a sua cara nesta entrevista exclusiva à repórter Micheline Ferreira, de O LIBERAL, com o delegado geral de Polícia Civil, Justiniano Alves, e o secretário estadual da pasta, Geraldo Araújo. Eles revelam, entre outras coisas, que mais de 21 mil prisões foram efetuadas nos últimos doze meses. Veja a seguir os principais trechos da entrevista de Justiano Alves e Geraldo Araújo:
Todo mundo pensa que a Terra Firme é a terra sem lei e os dados apontam para Ananindeua...
G. A. - Hoje é Ananindeua, mas os dados são mutantes.
Com que velocidade isso muda? E onde há mais policiais agindo?
G. A. - Na periferia. E a velocidade muda de acordo com a capacidade de reação do Estado. É óbvio que se a Operação Tolerância Zero está concentrada nos bairros do Jurunas e Cremação, a tendência é diminuir a criminalidade lá e migrar para outros bairros. Por isso que a idéia é fazer um círculo, ter um Estado cada vez mais presente. E a Polícia Militar tem feito um trabalho mais ostensivo nos bairros mais violentos da periferia. .
Qual o número de homicídios em Ananindeua e Terra Firme para se ter o comparativo?
G. A. - Os números são mutantes e eu não gostaria de divulgar isso. As prisões efetuadas de 2007 até agora são 21.095 mil. Veja a quantidade de procedimentos instaurados: 61.700. De 2007 a 2008, foram apreendidas mais de três armas..
E a maioria dessas prisões se dá por que? Qual o crime de maior incidência?
G. A. - A maioria é furto, roubo. Mas outros dados podem contribuir para esses dados que estamos mostrando para você. Vamos aqui às quadrilhas presas. Em 2007, foram presas 54 quadrilhas e até hoje, em 2008, foram 26, quer dizer, estamos mantendo a média. E 80 quadrilhas presas em um ano e meio é muita coisa.
Criminoso do crime organizado, secretário?
G. A. - Se não organizado, criminoso violento. Bandido é cigano. Eles migram. Chegam no Pará, vão para o Maranhão, descem o Tocantins, passam pelo Piauí. E as polícias trocam muita informação sobre isso. E por isso mesmo estamos fortalecendo a Inteligência.
E qual será o novo modelo de segurança pública do Pará?
G. A. - Será um redesenho da segurança pública e muitas ações que são contempladas como um conjunto de políticas públicas. É o fortalecimento da inteligência, que eu não posso me antecipar, porque estaria quebrando a hierarquia e a governadora ainda não lançou oficialmente.
Nas estradas do interior do Estado vem acontecendo muito assalto a ônibus intermunicipal e interestadual. As empresas dizem que no interior as estradas estão muito mais descobertas de segurança pública. O que a Segup tem a dizer e a fazer?
G. A. - Em razão das limitações que o Estado tem, que vai procurar, dentro do prazo mais curto suprir, é a deficiência de efetivo. Nós temos um estado continental, todo entrecortado por estradas precárias. Nós temos doze mil policiais militares para uma população de sete milhões de habitantes. Nós teríamos que ter, hoje, por lei estadual, 19 mil policiais militares. Por recomendação da ONU, 28 mil policiais militares.
Então os bandidos sabem dessa defasagem?
G. A. - Olha, a gente jamais pode desprezar o serviço de inteligência deles. Ele é tão eficiente quanto o nosso e às vezes mais eficiente do que o nosso.
J. A. - Nessa questão da segurança pública no interior eu queria dizer que por isso tem entrado a parceria da Polícia Rodoviária Federal, da própria Polícia Federal e as Guardas Municipais em alguns momentos nos municípios em que elas existem.
Mas e nos municípios considerados terra sem lei, como Tailândia, por exemplo?
J. A. - Tailândia, hoje, é um dos municípios mais seguros do Pará. O índice de homicídio era de 98 em 2006, baixou para a metade em 2007 e hoje só há o registro de 15 homicídios. E esse esforço concentrado para buscar parcerias é fundamental, até que nós venhamos a conseguir um efetivo razoável. Por exemplo, a PM é só final do ano que começa a botar na rua 1.700 policiais. Quanto à PC, a lei está indo à AL agora, vai ter a fase de concurso e a previsão de aumentar o quadro é só em junho do ano que vem, com a perspectiva de entrada de 1.160 policiais civis.
Vai ser preciso também uma reposta melhor não só do Poder Judiciário, mas do próprio Sistema Penal...
J. A. - Algumas alterações na lei também são importantes. O presidente Lula já está implementando que acabando com o recurso acima de 20 anos de condenação. Mas algumas coisas precisam ser vistas com carinho, apesar do esforço do Estado do Pará, do Poder Judiciário, ainda temos um índice negativo.
Índice negativo em relação a quê?
J. A. - Em relação aos presos provisórios. Hoje, mais de 80% dos presos do Estado são provisórios, sendo que destes 80%, 60% há mais de ano não têm a primeira audiência. O que quer dizer isso: a média nacional é de 34%, mas o Pará sozinho altera a média. Se o índice do Pará não fosse tão alto, a média de presos provisórios no Brasil seria de 15%. Ou seja, esta é uma situação que nós temos que nos preocupar.
Como o senhor classifica Belém hoje na questão da violência?
G. A. - Classifico Belém hoje como qualquer cidade brasileira, que está influenciada pela droga.

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